domingo, 29 de maio de 2011

Presidente do Iêmen é acusado de provocar guerra civil



Presidente do Iêmen é acusado de provocar guerra civil

Nas últimas 24 horas, 24 morreram em confrontos; EUA entram em alerta e fazem apelo

Combatentes leais ao líder tribal Sadek al Ahmar montam guarda ao redor de sua casa no bairro de Al Hasaba, em Sanaa 
Fortes combates que deixaram pelo menos 24 mortos foram travados nesta quinta-feira (26) por partidários do mais poderoso chefe tribal do Iêmen e tropas fiéis ao presidente Ali Abudllah Saleh, acusado de mergulhar o país em uma guerra civil.

Em declarações à rede árabe Al Jazeera, o xeque Sadek al Ahmar acusou o presidente de querer "mergulhar o país em uma guerra civil".

- Ali Abdullah Saleh deve sair. Peço aos nossos irmãos árabes, principalmente aos países do Golfo, assim como aos Estados Unidos, ao Reino Unido e à União Europeia, que exerçam pressão sobre Saleh para que pare suas guerras.

Saleh ordenou a prisão do chefe tribal Al Ahmar e de seus irmãos, que se juntaram em março ao movimento de protesto que desde janeiro exige a saída do presidente, no posto há 33 anos.

Diante da espiral de violência, a secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, exortou "todas as partes" a cessarem "imediatamente" os combates e exigiu novamente a saída de Saleh.

Washington já ordenou que as famílias de seu pessoal diplomático e funcionários não-indispensáveis deixem o Iêmen.


Desde que Saleh recusou renúncia, 68 morreram Sanaa

Os combates na capital Sanaa deixaram 68 mortos desde que eclodiram na última segunda-feira (23), um dia depois de Saleh ter se recusado a assinar um acordo para uma transição pacífica do poder elaborado pelas monarquias árabes do Golfo.

Pelo menos 24 pessoas morreram na noite de quarta (25) para quinta-feira em combates em Sanaa e em sua periferia norte, próximo ao aeroporto, que foi temporariamente fechado, de acordo com fontes oficiais e tribais.

Mas esse registro pode aumentar, já que os socorristas só conseguiram entrar hoje no bairro de Al Hasaba, palco de violentos combates entre forças do governo e partidários de Al Ahmar, o mais poderoso chefe tribal e líder da federação tribal dos Hached.

Manifestantes acampados fogem

Os confrontos causaram a fuga de muitos manifestantes acampados na Praça da Mudança para exigir a saída de Saleh, afirmou Ahmad Abdullah, morador do bairro de Al-Hasaba.

- Os combates foram muito violentos, e não dormi durante toda a noite. Os morteiros explodiam sem parar.

Em outro episódio de violência, pelo menos 28 pessoas morreram em uma explosão em um depósito de munições em Sanaa, que pertencia à tribo dos Al Ahmar, informou uma fonte oficial.






sábado, 28 de maio de 2011

Egito reabre fronteira com Faixa de Gaza

Fronteira só não permanecerá aberta às sextas-feiras.
Passagem estava fechada desde 2007.

As autoridades do Egito reabriram neste sábado (28) a passagem fronteiriça com a Faixa de Gaza de maneira permanente, pela primeira vez desde junho de 2007, com o objetivo de consolidar a reconciliação interpalestina, confirmaram autoridades.

A passagem foi aberta às 9h da hora local (4h de Brasília) e assim permanecerá até as 18h todos os dias da semana, exceto às sextas-feiras e em dias festivos.

Uma fonte oficial presente no lado egípcio da fronteira de Rafah assegurou que o ambiente era tranquilo e que não havia muita gente amontoada esperando para entrar na Faixa de Gaza.
Famílias palestinas, poucos antes da abertura da fronteira coma Faixa de Gaza. (Foto: Eyad Baba / AP Photo)
No último dia 25, o Egito decidiu abrir a passagem e aplicar o mesmo mecanismo vigente antes de 2007, que permitia a entrada dos cidadãos palestinos ao Egito através de todas suas passagens fronteiriças e aéreas.

A passagem de Rafah foi fechada em junho de 2007, depois que o grupo islamita palestino Hamas assumiu o controle da Faixa de Gaza após enfrentamentos armados com a facção nacionalista Fatah.

Desde essa data, a passagem só era aberta de forma esporádica para permitir a saída de doentes e a entrada de ajuda humanitária.

Após a revolução egípcia, que eclodiu em 25 de janeiro e desembocou na renúncia de Hosni Mubarak, o novo governo egípcio se comprometeu a revisar a situação da passagem de Rafah a fim de aliviar o bloqueio israelense contra a faixa palestina.

A decisão adotada na última quarta-feira (25) exime de visto prévio as mulheres palestinas de todas as idades, os homens menores de 18 anos e os maiores de 49 anos. Também não precisarão de visto os palestinos que estudam em universidades egípcias e aqueles que cruzarem Rafah para receber tratamento médico no Egito.

A medida beneficia também as famílias palestinas de Gaza que usam Rafah para viagem de retorno ou saída a um terceiro país, com a condição de mostrarem passaportes da Autoridade Nacional Palestina (ANP) e vistos dos países que visitarão.

Um dia após ser conhecida a decisão egípcia, o Conselho Europeu decidiu estender sua missão de assistência na passagem fronteiriça de Rafah entre Gaza e Egito (Eubam, na sigla em inglês) até 31 de dezembro.

Em 4 de maio, o Fatah e o Hamas puseram fim a quatro anos de divisão, em cerimônia no Cairo na qual anunciaram oficialmente a assinatura do acordo de reconciliação palestina e, duas semanas depois, retomaram as negociações para a formação de um governo de união nacional.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Saúde interrompe interrogatório de acusado de genocídio na Sérvia

General Ratko Mladic, o mais procurado da Europa, foi preso nesta quinta.
Ele é acusado pelo massacre de Srebrenika durante a Guerra da Bósnia.

O interrogatório do general Ratko Mladic, acusado de crimes de guerra na Bósnia, teve de ser interrompido nesta quinta-feira (26) por causa de seu estado de saúde, segundo fontes do Tribunal de Guerra da Sérvia.

Mladic, de 68 anos, foi preso na madrugada desta quinta. Considerado o homem mais procurado da Europa, ele atuou como chefe do Exército da Sérvia durante a Guerra da Bósnia.

Na chegada ao tribunal, na capital Belgrado, Mladic parecia abatido.

"O juiz tentou (interrogar Mladic) e teve que acabar com os questionamentos porque Mladic está com problemas graves de saúde. Ele dificilmente consegue responder", disse o advogado Milos Saljic a repórteres.

Bruno Vekaric, o vice-promotor para crimes de guerra, disse a repórteres que o tribunal iria continuar a interrogar Mladic nesta sexta-feira.
O  general Ratko Mladic chega a tribunal em Belgrado nesta sexta-feira (26), horas após sua prisão sob acusação de crimes de guerra (Foto: Reuters)
Ele foi levado ao Tribunal Especial de Crimes de Guerra de Belgrado como parte do processo de extradição para o Tribunal da ONU em Haia, o que pode levar sete dias úteis, disse Vekaric anteriormente.

Uma autoridade com conhecimento da audiência disse que Mladic aparentava estar desorientado e cansado.

'Uma de suas mãos está quase paralisada, talvez por conta de um derrame anterior. Ele foi examinado por um médico e o seu advogado lhe deu remédio', disse a autoridade sob a condição de anonimato.

Prisão
"Detivemos Ratko Mladic hoje [quinta-feira] de manhã. O processo de extradição está em curso", afirmou o presidente Boris Tadic, aludindo à transferência do ex-comandante para ser julgado pelo tribunal de Haia. Até a prisão desta quinta, Mladic era o principal acusado de crimes de guerra foragido desde o conflito dos Bálcãs, nos anos 1990.
O general Ratko Mladic fotografado próximo a bandeira da ONU em 17 de maio de 1993 (Foto: Jerome Delay / AP)
Segundo o presidente, Mladic foi preso na Sérvia. "Isto remove um fardo pesado da Sérvia e fecha uma página infeliz da nossa história", disse.




Comandante das forças sérvias durante a guerra da Bósnia (1992-1995), Mladic foi indiciado pela corte internacional de crimes de guerra em 1995 sob a acusação de genocídio no massacre de 8 mil muçulmanos em Srebrenica e o cerco de 43 meses a Sarajevo.

Ele foi preso no vilarejo de Lazarevo, perto da pequena cidade de Zrenjanin, no nordeste do país, a cerca de 100 quilômetros da capital Belgrado, informou um oficial de polícia.

Sobreviventes muçulmanos bósnios disseram que a notícia causa um sentimento misto.

"Estou feliz por estar vivo para testemunhar sua prisão, e ao mesmo tempo lamento muito que outras vítimas de Srebrenica não viveram para testemunhar este momento", disse Munira Subasic, que perdeu o filho e o marido quando soldados servo-bósnios sob o comando de Mladic tomaram Srebrenica, designada na época como "área segura pela ONU".

Autoridades informaram que o homem foi detido com documentos no nome de Milorad Komadic e que sua prisão aconteceu graças a uma denúncia anônima.

União Europeia
A demora na prisão do ex-general sob acusações de genocídio era tida como um entrave aos esforços da Sérvia para ingressar na União Europeia.

O primeiro-ministro da Holanda, Mark Rutte, disse nesta quinta, no entanto, que a prisão de Mladic é uma importante condição para a entrada da Sérvia no grupo, mas não significa sua automática adesão.

A Holanda foi um dos principais países membro da União Europeia a exigirem a prisão de Mladic antes da Sérvia ser aceita como parte do grupo.

Tribunal
A chefe das Relações Exteriores da União Europeia (UE), Catherine Ashton, elogiou a prisão do ex-general e disse que ele deveria ser enviado ao tribunal para crimes de guerra sem demora.

"Esse é um passo importante para a Sérvia e para a Justiça internacional", disse Ashton em comunicado nesta quinta-feira.

"Esperamos que Ratko Mladic seja transferido para o Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia (TPII) sem demora. A total cooperação com o TPII segue sendo essencial para o caminho da Sérvia rumo a seu ingresso na UE", afirmou.

Fonte: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2011/05/saude-interrompe-interrogatorio-de-acusado-de-genocidio-na-servia.html ( acesso 26/05/2011)

terça-feira, 24 de maio de 2011

Premiê israelense vai apresentar plano de paz com os palestinos hoje (24/05/2011)

Benjamin Netanyahu garantiu que o país não voltará às fronteiras de 1967.
O primeiro-ministro discursou durante visita a Washington.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou nesta segunda-feira (23) que Israel jamais voltará às fronteiras "indefensáveis" de 1967, durante discurso para um lobby pró-israelense em Washington, nos Estados Unidos. Netanyahu disse que apresentará sua visão para a paz com os palestinos em um discurso no Congresso nesta terça-feira (24).

Benjamin Netanyahu durante discurso na AIPAC (Foto: Jason Reed/Reuters)

"Quero garantir uma coisa, (a paz) deve deixar Israel seguro e este Israel não pode regressar às fronteiras indefensáveis de 1967", destacou Netanyahu ao falar ao Congresso Anual do American Israel Public Affairs Committee (AIPAC).

Netanyahu visita Washington alguns dias após discordar publicamente do presidente americano, Barack Obama, sobre o processo de paz. A AIPAC é o principal grupo de influência pró-israelense nos EUA, com cerca de 100 mil integrantes.

Fonte: (acessado em 24/05/2011)

domingo, 22 de maio de 2011

Obama defende dois estados, um aos judeus e outro aos palestinos

Americano reiterou apoio em fronteiras baseadas nas pré-1967.
Em discurso para grupo judeu, ele confirmou apoio à segurança de Israel.

Obama faz discurso em Washington
Em discurso realizado em Washington neste domingo (22), o presidente dos Estados Unidos Barack Obama defendeu a solução de dois estados, um ao povo judeu e outro aos palestinos, acrescentando que vai investir o que puder na segurança de Israel. O discurso foi realizado no Comitê de Assuntos Públicos EUA-Israel.

Obama voltou a defender a posição de seu discurso sobre o mundo árabe, de um estado palestino baseado nas fronteiras anteriores a 1967, mas disse que as fronteiras resultantes não serão iguais às daquela época, mas apenas baseadas nelas. Ele afirmou que uma solução só será alcançada após negociação e concessões dos dois lados.

"Por definição, isso significa que as partes vão negociar uma fronteira diferente que a que existia em 4 de junho de 1967", disse.

Obama afirmou, ainda, que fornecerá as mais avançadas tecnologias para defender Israel. "Nos mantivemos firmes no apoio à segurança de Israel e precisamos, por causa desse compromisso, trabalhar para avançar com o processo de paz de Israel com os palestinos (...). Essas questões só podem ser avançadas com a conversa direta entre os dois lados", disse.

O presidente dos EUA também reforçou o esforço do país em “evitar que o Irã consiga fazer armas nucleares”. “Os EUA impuseram as mais piores e duras sanções contra o regime iraniano (...) Vamos aumentar essa pressão".

Obama fez questão de lembrar o discurso que fez na quinta-feira (19), quando disse esperar que mais líderes deixem o poder no mundo árabe, depois das quedas dos regimes ditatoriais de Tunísia e Egito.

Na quinta, ele reafirmou o compromisso americano em promover as reformas e a transição para a democracia na região, criticou o uso da violência na repressão aos protestos, e pediu que Israel e palestinos façam concessões para a criação de um Estado Palestino, nas fronteiras anteriores a 1967 e desmilitarizado.

Neste domingo, ele explicou que o que quis dizer na quinta é que "os EUA acreditam que as negociações deveriam resultar em dois estados com fronteiras permanentes".

Críticas
O discurso de Obama da quinta-feira foi criticado pelo governo da Líbia, que chamou a fala de "decepcionante". A Síria chamou o discurso de Obama de 'arrogante'.

O premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, celebrou o discurso de quinta do presidente dos EUA, mas descartou a criação do Estado Palestino com as fronteiras anteriores a 1967, como pediu Obama.

Neste domingo, Obama afirmou, ainda, que "a situação do jeito que está no Oriente Médio não permite adiamento".

"Como amigo de Israel, estou comprometido a fazer minha parte (...) Se a história de Israel nos ensina alguma coisa, é que a paz e possível", disse.

Ele pediu que o Hamas "reconheça o direito de Israel de existir" e "rejeite a violência". Ele disse também que o voto da Organização das Nações Unidas (ONU) nunca criará um Estado palestino.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Obama defende Estado Palestino com fronteiras anteriores a 1967

Obama discursa sobre postura diplomática frente o Oriente Médio
Presidente dos EUA pediu a renúncia de mais ditadores nos países árabes.
Democrata negou que Bin Laden seja 'mártir' e citou Brasil como exemplo.


O presidente dos EUA, Barack Obama, disse nesta quinta-feira (19) que espera que mais líderes deixem o poder no mundo árabe, depois das quedas dos regimes ditatoriais de Tunísia e Egito.

Em um longo discurso na Casa Branca sobre a política norte-americana para os países arabes, Obama reafirmou o compromisso americano em promover as reformas e a transição para a democracia na região, criticou o uso da violência na repressão aos protestos, e pediu que Israel e palestinos façam concessões para a criação de um Estado Palestino, nas fronteiras anteriores a 1967 e desmilitarizado.

"Temos uma oportunidade histórica. Temos uma chance de mostrar que a América valoriza mais a dignidade de um vendedor de rua da Tunísia do que o poder de um ditador", disse.

O democrata afirmou que, nos próximos meses, os EUA vão mobilizar todos os recursos possíveis para encorajar as reformas.

Obama negou que Osama bin Laden, líder da rede terrorista da al-Qaeda morto em 2 de maio pelos americanos no Paquistão, seja um "mártir". O democrata disse que as ideias do saudita são rejeitadas na região.

O democrata também afirmou que o destino dos EUA está ligado ao do Oriente Médio e ao do norte da África, agitados por uma série de rebeliões populares desde o início do ano.

Ele afirmou que é um erro o fato de o poder estar concentrado nas mãos de "muito poucas pessoas na região".

Para Obama, o caminho da repressão, seguido por muitos regimes na região, não funciona mais.

"Os acontecimentos dos últimos seis meses nos mostram que as estratégias de repressão e repúdio não funcionarão mais", disse.

Ele também citou o papel importante que as novas tecnologias da informação desempenham na difusão dos ideais democráticos.

Obama voltou a citar o Brasil - ao lado da Índia e da Indonésia como um dos exemplos de países que estão evoluindo em um ambiente democrático e tecnológico. -como já havia feito em seu discurso no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, em março deste ano.

Obama afirmou que, em alguns casos, a mudança vai levar tempo, e em outros será mais rápida. "Havera bons dias e maus dias", previu.

Israel e palestinos
Obama afirmou que Israel precisa agir "corajosamente" para avançar no processo de paz com os palestinos, mas voltou a defender o direito de defesa do estado israelense.

Ele disse que o futuro Estado Palestino na região deve ser traçado baseado nas fronteiras anteriores a 1967 e que deverá ser desmilitarizado.

"As fronteiras de Israel e Palestina deveriam se basear naquelas de 1967, com trocas mútuas e acertadas de forma que fronteiras seguras e reconhecidas sejam estabelecidas nos dois Estados", disse.

"A retirada completa e em etapas das forças militares israelenses deve ser coordenada com a pretensão da responsabilidade de segurança palestina em um estado soberano e não militarizado", acrescentou.

"A duração deste período de transição precisa ser acertada e a efetividade de arranjos de segurança precisam ser demonstrados."

Segundo o americano, a necessidade de um acordo de paz na região é "mais urgente do que nunca".



Obama também rejeitou o que ele chamou de uma tentativa de "isolar" Israel na ONU em setembro.

"Para os palestinos, os esforços para deslegitimar Israel terminarão em fracasso. Ações simbólicas para isolar Israel nas Nações Unidas em setembro não contribuirão para criar um Estado independente", alertou.

Os palestinos querem proclamar seu Estado soberano na Cisjordânia e na Faixa de Gaza. Para isso, exigem a retirada israelense de todos os territórios ocupados desde junho de 1967, incluindo Jerusalém Oriental.

Israel conquistou naquele ano a parte oriental, árabe, de Jerusalém, e não abre mão dela, já que considera a cidade a capital eterna e indivisível do Estado de Israel.

O principal impasse ocorre porque os palestinos querem que Israel pare de construir assentamentos para seus cidadãos no território que inclui áreas ao redor de Jerusalém Oriental, capturadas por Israel no confronto de 1967.

Fonte: G1 (acesso: 19/05/2011)

domingo, 15 de maio de 2011

Síria condena 'atividades criminosas' de Israel na fronteira


Manifestantes sírios escalam a cerca da fronteira com Israel, nas Colinas de Golã

Exército disparou contra manifestantes a favor da causa palestina em Golã.
Confrontos também aconteceram na Cisjordânia e na Faixa de Gaza.

Soldados israelenses fazem a guarda na fronteira
com a Síria enquanto multidão de manifestantes
 corre em direção à borda 
Dao G1, com agências internacionais

O governo sírio condenou neste domingo (15) as "atividades criminosas" de Israel na região das Colinas de Golã, territórios palestinos e sul do Líbano, onde os israelenses abriram fogo contra manifestantes que protestavam contra a criação do Estado judeu, no dia que é lembrado como Nakba - "catástrofe".

Segundo a agência de notícias Reuters, os disparos nas diferentes regiões deixaram ao todo oito mortos e dezenas de feridos.

A agência estatal Sana citou o ministro do Exterior sírio dizendo que pediu à comunidade internacional para que responsabilizasse Israel pelos incidentes, os mais mortais nas fronteiras em anos.

Segundo uma rede de TV síria, os quatro mortos na região de Golã seriam cidadãos sírios. O incidente ocorreu na vila drusa de Majdal Shams.

Segundo o jornal israelense 'Haaretz', o número de mortos na fronteira com o Líbano é de quatro. 

Israel ocupou o território de Golã na guerra de 1967, e, embora a Síria reivindique o território como parte de qualquer acordo de paz, a região tem tido relativa paz durante décadas.

ONU pede calma

Forças de paz das Nações Unidas no sul do Líbano pediram que as partes envolvidas em um tiroteio no domingo na fronteira Líbano-Israel imponham restrição máxima para evitar novas mortes.

Uma porta-voz das forças de paz da ONU no local estava em contato com o exército do Líbano e com os militares de Israel.

Fonte:

Protestos têm feridos no 'Dia da Catástrofe' para palestinos Protestos marcam o aniversário da criação do Estado de Israel. Manifestações ocorreram em Gaza e na Cisjordânia.

Protestos marcam o aniversário da criação do Estado de Israel.
Manifestações ocorreram em Gaza e na Cisjordânia.

Palestino atira objeto contra as forças de segurança israelenses no posoto de controle de Qalandiya, próximo a Ramallah, na Cisjordânia (Foto: Darren Whiteside/Reuters)

As forças israelenses dispararam contra moradores da Faixa de Gaza que se aproximaram da fortificada fronteira com Israel neste domingo (15), ferindo ao menos 45 pessoas, no dia em que os palestinos relembram a criação do Estado de Israel como o 'Dia da Catástrofe', ou 'Nakba'.

Segundo fontes hospitalares, um dos feridos está em estado grave. A marcha próximo à fronteira de Gaza faz parte dos protestos do Nakba, que também ocorreram na Cisjordânia, onde milhares tomaram as ruas com bandeiras e chaves antigas que simbolizam o desejo de retomar a propriedade que dizem ter perdido quando Israel foi criado, em 15 de maio de 1948.



Num campo de refugiados da Cisjordânia e no subúrbio de Jerusalém, soldados jogaram bombas de gás lacrimogêneo em uma multidão que revidava com pedras. Segundo a agência de notícias Associated Press, websites conclamaram palestinos e apoiadores da causa em países fronteiriços com Israel a marchar para a fronteira em protesto pela data.

Na fronteira com a Síria, um tiroteio deixou feridos - segundo o jornal Haartz, também quatro mortos - quando manifestantes se aproximaram da borda.

Fonte: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2011/05/protestos-tem-feridos-no-dia-da-catastrofe-para-palestinos.html

Israel abre fogo contra manifestantes na fronteira com a Síria

Israel abre fogo contra manifestantes na fronteira com a Síria

Informações iniciais indicam que refugiados se aproximaram da fronteira.
Incidente ocorre no dia da 'catástrofe' para palestinos, pela criação de Israel.

Bandeiras palestinas durante evento em Ramallah para relembrar a 'catástrofe' da fundação de Israel, em 1948. 


Soldados israelenses disparam contra manifestantes em Qalandiya


Palestinos carregam garoto ferido durante confronto com tropas de Israel
Dao G1, com agências internacionais

Forças israelenses abriram fogo contra uma multidão de manifestantes na região das Colinas de Golã, território ocupado por Israel na fronteira com a Síria, neste domingo (15), deixando um número ainda incerto de feridos e quatro mortos, segundo agências internacionais. O incidente ocorre no 'dia da catástrofe' - ou 'Nakba', data lembrada pelos palestinos pelo aniversário da criação do Estado de Israel.

Segundo uma rede de TV síria, os mortos seriam cidadãos sírios. De acordo com o jornal israelenses 'Haaretz', oito pessoas morreram. Segundo a agência Associated Press, entre 10 e 20 pessoas ficaram feridas. O incidente ocorreu na vila drusa de Majdal Shams.

Israel ocupou o território de Golã na guerra de 1967, e, embora a Síria reivindique o território como parte de qualquer acordo de paz, a região tem tido relativa paz durante décadas.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Israel admite ter cassado direito de residência de 140 mil palestinos

 11/05/2011


Documento revela que palestinos que deixavam a Cisjordânia por mais de 3 anos entre 1967 e 1994 perdiam residência e só podiam retornar com visto de turista.



Exílio forçado de palestinos abre mais espaço para colônias judaicas ilegais na Cisjordânia

Da BBC

O governo israelense admitiu ter cassado o direito de residência de 140 mil palestinos da Cisjordânia desde a ocupação do território, em 1967, até 1994.

Israel confirmou dados divulgados nesta quarta-feira (11) pelo jornal !Haaretz! e pela ONG israelense de direitos humanos Centro de Defesa do Indivíduo, que tinha entrado com um processo contra o governo exigindo que a prática da cassação do direito fosse esclarecida.

Em um documento enviado aos tribunais, o Ministério da Justiça de Israel confirmou a prática. Em resposta à admissão, o Centro de Defesa do Indivíduo exigiu que o governo israelense restaure os direitos de residência a todos os palestinos prejudicados por essa prática e que permita a retorno deles e de suas famílias à Cisjordânia.

De acordo com a ONG, "a anulação em massa de direitos de residência de dezenas de milhares de habitantes da Cisjordânia os condena a um exílio permanente de sua pátria e constitui uma política demográfica ilegítima e uma grave violação da lei internacional".

O fato de que dezenas de milhares de palestinos da Cisjordânia tiveram seus direitos de residência cassados pelas autoridades israelenses era conhecido, porém não se sabia o número exato das pessoas prejudicadas, nem detalhes sobre como o mecanismo era posto em prática.

Três anos
A cassação atingiu principalmente palestinos da Cisjordânia que viajaram para o exterior e se ausentaram da região por mais de três anos.

Residentes da Cisjordânia que não retornavam dentro desse prazo tinham seus nomes automaticamente registrados na categoria de "deixou de ser residente", sem que qualquer aviso sobre o novo status fosse enviado às pessoas afetadas.

Quando tentavam voltar, descobriam que tinham perdido o direito de residência e só podiam entrar no território palestino caso conseguissem um visto de turista outorgado pela autoridades israelenses que controlam as fronteiras da região. Esse visto tinha que ser renovado a cada três meses.

Nessas circunstâncias, muitos palestinos nascidos na Cisjordânia, cujos vistos de turista expiraram, passaram a viver clandestinamente na região, sob risco constante de deportação.

Muitos deles têm medo de sair da região, pois não têm certeza de que poderão voltar. Entre eles se encontram palestinos que são cidadãos brasileiros.

Segundo o diplomata brasileiro Ricardo José Justosa Leal, ministro-conselheiro do Escritório de Representação do Brasil junto à Autoridade Palestina, "o Escritório tem notícia informal de casos de brasileiros palestinos que receiam se ausentar da Cisjordânia".

"O receio decorre da possibilidade de lhes ser negada a reentrada, depois de tomar conhecimento de casos semelhantes", disse o diplomata à BBC Brasil.

Um dos prejudicados pelas práticas das autoridades israelenses é o irmão de Saeb Erekat, principal negociador palestino.

Erekat disse ao jornal "Haaretz" que seu irmão, nascido na cidade de Jericó, na Cisjordânia, teve sua residência cassada pois foi estudar em uma universidade americana e desde então não obteve autorização para voltar.

Jerusalém Oriental
Israel implementou esse tipo de procedimento de 1967 até a criação da Autoridade Palestina (AP) em 1994. Ele continua sendo aplicado até hoje a palestinos de Jerusalém Oriental - área que foi anexada por Israel. Palestinos de Jerusalém Oriental perdem seu direito de residência se se ausentarem da cidade por mais de sete anos.

Munther Fahmi, palestino nascido em Jerusalém Oriental, morou 20 anos nos Estados Unidos e teve seu direito de residência anulado pelas autoridades israelenses.

Fahmi, figura conhecida em Israel e nos territórios palestinos por dirigir uma famosa livraria em Jerusalém Oriental, está lutando contra uma ordem de deportação.

Intelectuais israelenses de peso, como os escritores Amos Oz e David Grossman, enviaram mensagens de protesto ao Ministério do Interior, exigindo que anule a deportação.



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