domingo, 11 de julho de 2010

Comando Delta - EUA


Em 1977 o Exército Americano autorizou a criação de uma nova força especial: o 1º Destacamento Operacional das Forças Especiais - Delta, cuja principal incumbência seria lidar com organizações terroristas que afetassem os interesses dos Estados Unidos. Seguindo o modelo do SAS britânico, o Delta divide-se em grupos de dezesseis homens, podendo operar como uma unidade ou subdividir-se em grupos de oito ou quatro efetivos cada um. Em 1980 foi feita uma reavaliação de alto nível, gerando um relatório com os seguinte pontos principais: 1) Recomendação: criar uma força tarefa conjunta antiterrorista com pessoal permanente e forças próprias; 2) Missão: planejar e conduzir operações antiterroristas visando defender os interesses dos Estados Unidos e de seus cidadãos fora do país; 3) Conceito: poder fornecer uma gama de opções para o uso de forças militares dos EUA, desde uma pequena força de pessoal especializado altamente treinado até uma força conjunta maior; 4) Relacionamentos: os quadros de pessoal seriam preenchidos com elementos das quatro Armas, selecionados com base em sua capacidade em operações especiais de vários tipos; 5) Forças: as forças permanentes deveriam ser pequenas e limitadas ao pessoal de capacidade inigualável em operações especiais.


A seleção e o treinamento, como não poderia deixar de ser, são rigorosos, com ênfase no potencial e nas qualidades individuais, em favor do trabalho de equipe. Os padrões de tiro ao alvo são muito elevados e os snipers devem conseguir um índice de 100% nos disparos feitos a 500 metros e de 90% a 900 metros. Todos são exaustivamente treinados em disparos a curta distância, para assegurar que em um confronto em ambientes fechados, como prédios ou cabines de aeronaves, somente os terroristas sejam atingidos, garantindo a vida dos reféns. Pouco é divulgado sobre as armas e equipamento do Delta, embora seja óbvio que seus integrantes estejam aptos a utilizar tudo o que a mais avançada tecnologia possa oferecer. Os atiradores sniper usam fuzis Remington 40 XB, com visor telescópico e as equipes usam metralhadoras M-60 e HK-21, terminais de comunicação portáteis de última geração, óculos de visão noturna, fuzis M-16 aperfeiçoados, pistolas automáticas entre outros equipamentos.

Participaram da fracassada Operação Eagle Claw, em 1980, na tentativa de resgatar os reféns americanos mantidos cativos na embaixada dos Estados Unidos no Irã, por seguidores do Aiatolá Khomeini. Sua mais recente missão foi na ofensiva americana contra o Afeganistão, onde foram os primeiros a desembarcar em solo afegão, na caçada aos terroristas da Al Qaeda e de Osama Bin Laden.

Fonte: http://www.militarypower.com.br/tropas.htm

Special Air Service (NZSAS) - Nova Zelândia



O Grupo de Serviço Aéreo Especial da Nova Zelândia (New Zealand Special Air Service - NZSAS) é a mais importante unidade de combate das Forças de Defesa neozelandesas. Baseado na cidade de Auckland é composto por oficiais e soldados altamente profissionais e comprometidos com a busca da excelência. Seu lema: "Who dares wins" ou "Aquele que ousa vence". O NZSAS tem suas raízes no famoso Long Range Desert Group, uma unidade do exército inglês que lutou nos desertos do Norte da África durante a Segunda Guerra Mundial. Em 1955, o exército neozelandês decidiu criar um esquadrão, nos moldes do SAS britânico, especializado na luta contra-insurgência ou guerra não convencional. De um total de 800 voluntários civis apenas 140 foram aceitos para continuar o treinamento na base da RAF em Cingapura, para especialização em paraquedismo e combate em ambiente de selva. Um terço de seu contigente era formado por homens da etnia Maori, que provaram ser não somente corajosos e excelentes rastreadores, mas também ajudaram muito no contato com aborígenes de outros países. Seu batismo de fogo ocorreu no mesmo ano, quando 133 de seus homens foram enviados para combater guerrilheiros comunistas nas selvas da Malásia, numa campanha que durou quase dois anos. 

Atualmente, para ser incorporado ao NZSAS, voluntários das três Armas devem passar com sucesso por um curso de seleção de dez dias na localidade de Waiouru, onde são testados no limite de suas forças física e mental. No primeiro dia são submetidos aos exames de aptidão normais do exército adaptados aos requerimentos do NZSAS. Os três dias seguintes são dedicados à navegação e orientação em campo aberto, onde cada voluntário carrega uma mochila de 35 kg e seu rifle, com um mínimo de comida e com poucos momentos para descanso. No quinto dia é a vez do famoso "Exercício Von Tempsky" que consiste em uma marcha de 24 horas em terreno pantanoso ou sobre dunas de areia, carregando o rifle, a mochila de 35 kg e mais um ou dois galões de 20 litros. Os oficiais passam por um teste adicional, com duração de dois dias, onde são avaliadas as suas qualidades de liderança. Mesmo os candidatos aprovados na seleção inicial ainda passarão por severos exames médicos, psicológicos e acadêmicos antes de iniciarem o treinamento de nove meses do NZSAS, onde todos receberão noções básicas de navegação, manuseio de armas, primeiros-socorros, demolição com explosivos e artes marciais, entre outros. O treinamento avançado compreende especialização em paraquedismo, mergulho, montanhismo, infiltração e exfiltração atrás das linhas inimigas. Ao final receberão a tão almejada boina cor de areia e o cinturão azul da unidade. Apenas 10 a 15% dos voluntários conseguem concluir com sucesso o período de treinamento.

Em 2000 foi criado o esquadrão Commando (antigo Counter Terrorist Assault Group - CTTAG), oficialmente como parte do NZSAS, dedicado à luta anti-terrorista. Seus membros recebem treinamentos específicos tais como combate em áreas urbanas, entrada dinâmica e "limpeza" de cômodos, resgate de reféns e técnicas de sniper. O grupo está apto a responder prontamente à ameaças terroristas em qualquer parte do território neozelandês. Os membros do NZSAS utilizam o uniforme padrão das Forças de Defesa do país e dentre seus equipamentos e armas estão o fuzil de assalto Steyr AUG 77, de 5.56 mm, pistolas SIG Sauer P226, de 9 mm, metralhadoras FN Minimi C9, de 5.56 mm, navegadores GPS, óculos de visão noturna modelo M983, binóculos NVG modelo N/CROS Mk.III, lanchas rápidas e equipamentos de mergulho de circuito fechado. 

Desde de sua criação o NZSAS participou de diversas campanhas no exterior: além da Malásia em 1955 já citada acima, atuou em Borneo em 1965 ao lado de membros dos SAS britânicos e australianos, contra insurgentes indonésios; no Vietnã em 1968, onde um destacamento denominado 1º Ranger Squadron serviu sob o comando da Austrália, cumprindo missões que envolviam emboscadas a forças inimigas, e tarefas de reconhecimento e observação em área hostil; no Kuwait em fevereiro de 1998, onde 24 membros da NZSAS tinham a tarefa de resgatar possíveis pilotos abatidos em território inimigo (C-SAR), durante a campanha aérea liderada pelos Estados Unidos contra o Iraque, na chamada "Operação Griffin"; no Afeganistão no período de 2001-2005, na "Operação Enduring Freedom", onde equipes de cinquenta homens se rodiziavam de seis em seis meses. Em 17 de junho de 2004, dois homens do NZSAS foram feridos durante uma incursão ao amanhecer na região central do país. O soldado Willie Apiata carregou o companheiro severamente ferido por 70 metros, sob fogo cerrado de metralhadoras e granadas, após seu veículo ser destruído em uma emboscada, até conseguir se juntar aos demais membros da equipe em local protegido. Em reconhecimento por suas  ações neste engajamento, o soldado Willie Apiata foi condecorado com a medalha Victoria Cross pela Nova Zelândia. Em dezembro de 2004, a comenda United States Navy Presidential Unit Citation foi outorgada a todas as unidades SAS que haviam contribuído em neutralizar as forças do Talibã e da Al Qaeda, em missões extremamente arriscadas, incluindo busca e resgate, reconhecimento especial, destruição de complexos de cavernas e túneis, e captura de membros importantes daquelas organizações, sempre demonstrando extraordinários heroísmo e coragem.

Fonte: http://www.militarypower.com.br/index.htm

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Desde 2006, ONU aprovou 4 rodadas de sanções contra Teerã

Punições não tiveram sucesso no Iraque e na Coreia do Norte, mas ajudaram a derrubar o apartheid na África do Sul

Não é a primeira vez que o Irã sofre sanções na ONU. Na verdade, a resolução aprovada ontem foi a quarta em cinco anos. Todas as anteriores exigiam mais transparência dos iranianos, acusados de desenvolverem um programa de armas nucleares. Como as outras resoluções fracassaram, o Conselho de Segurança aprovou uma quarta. Analistas, porém, afirmam que o novo texto não interromperá o programa iraniano.

Primeiro, porque as sanções não são duras o suficiente. Como russos e chineses possuem fortes relações comerciais com Teerã, os EUA tiveram de barganhar para aprovar as novas medidas. Em segundo lugar, os países que sofrem sanções costumam encontrar saídas para burlar as restrições. Algumas saídas utilizadas pelo Irã são o uso de empresas em outros países do Golfo Pérsico, a adulteração de bandeiras de navios e a escala em entrepostos, como Dubai, antes de chegar ao Irã.

Não é apenas o Irã que consegue sobrevida após a aprovação de resoluções da ONU. O ditador iraquiano Saddam Hussein sobreviveu a mais de uma década de punições. Os iraquianos conseguiram burlar até a proibição de venda de petróleo, que podia apenas ser trocado por comida. A população empobreceu, mas o regime permaneceu intacto. O ditador caiu apenas depois da invasão americana, em 2003.

A Coreia do Norte, mesmo durante a vigência das sanções, conseguiu realizar um teste nuclear. O regime, um dos mais isolados do mundo, mantém firme o poder, apesar das restrições impostas. E os norte-coreanos, diferentemente dos iranianos, não possuem petróleo.

Além disso, tanto Irã como Coreia do Norte sofrem sanções unilaterais dos EUA, que são bem mais duras do que as quatro resoluções da ONU contra Teerã. O embargo a Cuba, por exemplo, dura quase cinco décadas e não conseguiu derrubar o regime dos irmãos Castro.

Apesar do fracasso na Coreia do Norte e no Irã, a política de sanções funcionou em pelo menos um caso: na luta contra o apartheid na África do Sul. Depois de anos de pressões internacionais, o regime de segregação racial sul-africano terminou e o país se redemocratizou.

Fonte:
Datado a 10 de junho de 2010 -
 http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100610/not_imp564251,0.php

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Irã pode escoltar navios para Gaza, diz porta-voz do aiatolá Ali Khamenei

Guarda Revolucionária, considerada força de elite, protegeria embarcações.
Grupo fiel à República Islâmica tem estrutura de comando independente.
 
As forças navais da Guarda Revolucionária, o grupo militar de elite iraniano, estão prontas para escoltar navios de ajuda humanitária para a Faixa de Gaza, rompendo o bloqueio militar imposto por Israel. A declaração feita neste domingo (6) é de Ali Shirazi, representante do aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã.

Tropas da Guarda Revolucionária realizam três dias de exercícios navais no Golfo Pérsico

“As forças navais da Guarda Revolucionária do Irã estão plenamente preparadas para escoltar os comboios de paz e liberdade com toda sua potência e capacidade”, afirmou Shirazi, segundo a agência de notícias iraniana Mehr.

A Guarda mantém sua própria marinha, força aérea e estrutura de comando, separadas das forças armadas regulares, e é vista como ferozmente leal à República Islâmica.

Qualquer intervenção de militares iranianos será obviamente considerada por Israel uma provocação inaceitável. O governo israelense acusa o Irã de fornecer armas ao Hamas, o movimento islâmico que controla Gaza.
 
Fonte:
Matéria de 06/06/2010
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2010/06/ira-pode-escoltar-navios-para-gaza-diz-porta-voz-do-aiatola-ali-khamenei.html

domingo, 6 de junho de 2010

Movimento palestino Hamas evolui como organização política, na avaliação de especialistas




Desde 2006, quando o movimento nacionalista islâmico Hamas decidiu participar das eleições legislativas palestinas e conquistou 76 das 132 cadeiras do Parlamento, a representação política dos palestinos está dividida. De um lado, o secular Fatah, grupo ao qual pertence o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas; do outro, o Hamas, de caráter religioso e radical, que não aceita oficialmente a existência do Estado de Israel.

Apesar de ter conquistado sua representação por meio de eleições justas, Israel, os Estados Unidos e a União Europeia (EU) continuaram considerando a organização como terrorista. É fato que o Hamas prega a luta armada contra Israel, alegando que se trata de uma legítima resistência à ocupação ilegal, e usa de práticas terroristas, mas há também o lado político que, embora não seja considerado por Israel, EUA ou UE, tem dado sinais de transformação.

Em 2007, o Hamas, com grande apoio popular em Gaza, promoveu um golpe militar no território, expulsando militarmente as forças leais ao Fatah e estabelecendo controle sobre a empobrecida região costeira. O golpe ampliou a divisão entre as lideranças palestinas, e Israel e Egito estabeleceram um bloqueio econômico à Faixa de Gaza como punição ao Hamas, mas que atingiu duramente a população de 1,5 milhão de habitantes. Desde a cisão entre as facções políticas palestinas, a opção de Israel e do Ocidente tem sido negociar apenas com a ANP, inclusive canalizando boa parte das doações e dos financiamentos para Abbas.

Repercussão negativa

O bloqueio é uma faca de dois gumes para o governo israelense. Ao mesmo tempo em que mostra força e satisfaz a opinião pública interna - sobretudo o eleitorado que escolheu o governo direitista de Benjamin Netanyahu - a repercussão internacional é cada vez mais negativa. Até agora, a estratégia tem sido tentar fortalecer a liderança do Fatah e de Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), que controla apenas a Cisjordânia e já participou de várias rodadas de negociações com Israel, suspensas após a ofensiva de 2008/2009 a Gaza.

Apesar da insistência de Israel em classificar o Hamas como uma organização terrorista, muitas práticas demonstram que o movimento tem sinalizado uma evolução de suas posturas. Há cerca de dois anos, seus líderes afirmaram que poderiam reconhecer o Estado de Israel, caso as fronteiras de 1967 fossem restabelecidas. O analista Mouin Rabbani, nascido na Holanda que vive em Amã, na Jordânia, vê uma evolução contínua e dinâmica nas posições do Hamas, o que considera normal para qualquer organização política. "A atual posição do Hamas - expressada clara e repetidamente - é que aceitaria qualquer acordo político alcançado por uma liderança palestina legítima e endossada pelo povo palestino por meio de referendo ou aprovação legislativa. Isso inclui a solução de dois Estados, o que o levaria a cessar todos os confrontos militares entre Israel e os palestinos", analisa.


Fonte: http://www.correiobraziliense.com.br -  06/06/2010 
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