domingo, 11 de julho de 2010

Special Air Service (NZSAS) - Nova Zelândia



O Grupo de Serviço Aéreo Especial da Nova Zelândia (New Zealand Special Air Service - NZSAS) é a mais importante unidade de combate das Forças de Defesa neozelandesas. Baseado na cidade de Auckland é composto por oficiais e soldados altamente profissionais e comprometidos com a busca da excelência. Seu lema: "Who dares wins" ou "Aquele que ousa vence". O NZSAS tem suas raízes no famoso Long Range Desert Group, uma unidade do exército inglês que lutou nos desertos do Norte da África durante a Segunda Guerra Mundial. Em 1955, o exército neozelandês decidiu criar um esquadrão, nos moldes do SAS britânico, especializado na luta contra-insurgência ou guerra não convencional. De um total de 800 voluntários civis apenas 140 foram aceitos para continuar o treinamento na base da RAF em Cingapura, para especialização em paraquedismo e combate em ambiente de selva. Um terço de seu contigente era formado por homens da etnia Maori, que provaram ser não somente corajosos e excelentes rastreadores, mas também ajudaram muito no contato com aborígenes de outros países. Seu batismo de fogo ocorreu no mesmo ano, quando 133 de seus homens foram enviados para combater guerrilheiros comunistas nas selvas da Malásia, numa campanha que durou quase dois anos. 

Atualmente, para ser incorporado ao NZSAS, voluntários das três Armas devem passar com sucesso por um curso de seleção de dez dias na localidade de Waiouru, onde são testados no limite de suas forças física e mental. No primeiro dia são submetidos aos exames de aptidão normais do exército adaptados aos requerimentos do NZSAS. Os três dias seguintes são dedicados à navegação e orientação em campo aberto, onde cada voluntário carrega uma mochila de 35 kg e seu rifle, com um mínimo de comida e com poucos momentos para descanso. No quinto dia é a vez do famoso "Exercício Von Tempsky" que consiste em uma marcha de 24 horas em terreno pantanoso ou sobre dunas de areia, carregando o rifle, a mochila de 35 kg e mais um ou dois galões de 20 litros. Os oficiais passam por um teste adicional, com duração de dois dias, onde são avaliadas as suas qualidades de liderança. Mesmo os candidatos aprovados na seleção inicial ainda passarão por severos exames médicos, psicológicos e acadêmicos antes de iniciarem o treinamento de nove meses do NZSAS, onde todos receberão noções básicas de navegação, manuseio de armas, primeiros-socorros, demolição com explosivos e artes marciais, entre outros. O treinamento avançado compreende especialização em paraquedismo, mergulho, montanhismo, infiltração e exfiltração atrás das linhas inimigas. Ao final receberão a tão almejada boina cor de areia e o cinturão azul da unidade. Apenas 10 a 15% dos voluntários conseguem concluir com sucesso o período de treinamento.

Em 2000 foi criado o esquadrão Commando (antigo Counter Terrorist Assault Group - CTTAG), oficialmente como parte do NZSAS, dedicado à luta anti-terrorista. Seus membros recebem treinamentos específicos tais como combate em áreas urbanas, entrada dinâmica e "limpeza" de cômodos, resgate de reféns e técnicas de sniper. O grupo está apto a responder prontamente à ameaças terroristas em qualquer parte do território neozelandês. Os membros do NZSAS utilizam o uniforme padrão das Forças de Defesa do país e dentre seus equipamentos e armas estão o fuzil de assalto Steyr AUG 77, de 5.56 mm, pistolas SIG Sauer P226, de 9 mm, metralhadoras FN Minimi C9, de 5.56 mm, navegadores GPS, óculos de visão noturna modelo M983, binóculos NVG modelo N/CROS Mk.III, lanchas rápidas e equipamentos de mergulho de circuito fechado. 

Desde de sua criação o NZSAS participou de diversas campanhas no exterior: além da Malásia em 1955 já citada acima, atuou em Borneo em 1965 ao lado de membros dos SAS britânicos e australianos, contra insurgentes indonésios; no Vietnã em 1968, onde um destacamento denominado 1º Ranger Squadron serviu sob o comando da Austrália, cumprindo missões que envolviam emboscadas a forças inimigas, e tarefas de reconhecimento e observação em área hostil; no Kuwait em fevereiro de 1998, onde 24 membros da NZSAS tinham a tarefa de resgatar possíveis pilotos abatidos em território inimigo (C-SAR), durante a campanha aérea liderada pelos Estados Unidos contra o Iraque, na chamada "Operação Griffin"; no Afeganistão no período de 2001-2005, na "Operação Enduring Freedom", onde equipes de cinquenta homens se rodiziavam de seis em seis meses. Em 17 de junho de 2004, dois homens do NZSAS foram feridos durante uma incursão ao amanhecer na região central do país. O soldado Willie Apiata carregou o companheiro severamente ferido por 70 metros, sob fogo cerrado de metralhadoras e granadas, após seu veículo ser destruído em uma emboscada, até conseguir se juntar aos demais membros da equipe em local protegido. Em reconhecimento por suas  ações neste engajamento, o soldado Willie Apiata foi condecorado com a medalha Victoria Cross pela Nova Zelândia. Em dezembro de 2004, a comenda United States Navy Presidential Unit Citation foi outorgada a todas as unidades SAS que haviam contribuído em neutralizar as forças do Talibã e da Al Qaeda, em missões extremamente arriscadas, incluindo busca e resgate, reconhecimento especial, destruição de complexos de cavernas e túneis, e captura de membros importantes daquelas organizações, sempre demonstrando extraordinários heroísmo e coragem.

Fonte: http://www.militarypower.com.br/index.htm

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