terça-feira, 10 de março de 2015

Os verdadeiros Indiana Jones usam ténis para fugir mais depressa


Especialistas em arqueologia defendem patrimônio da destruição
A guerra na Síria e no Iraque pode ter começado como uma simples revolta contra a ditadura de Bassar Al-Assad, mas é hoje uma verdadeira confusão de conflitos interligados.

Um dos que menos atenção estava a receber era a guerra pelo patrimônio arqueológico e cultural. Pelo menos, até ao momento em que o Estado Islâmico decidiu arrasar as ruínas de Nimrud, uma jóia arqueológica que data do século XIII antes de Cristo.

Mas há quem resista a esta destruição, apesar da enorme desproporção de meios e o risco envolvido. Abdul Rahman al-Yehiya e Ayman al-Nabu usam sacos de areia e máquinas fotográficas em vez de camuflados e armas automáticas.

A dupla foi entrevistada recentemente pela cadeia americana NPR, do lado turco da fronteira com a Síria. A sua missão é proteger o riquíssimo patrimônio cultural do país ou, na pior das hipóteses, documentar a destruição e os roubos.

“Somos uma equipa de especialistas em arqueologia, engenharia e artistas”, afirmam. E enfrentam o perigo constantemente, sendo que os bombardeamentos e os ataques de artilharia como apenas um dos problemas, referem. A principal ameaça vem de atiradores furtivos.

Para não darem nas vistas, estes “agentes especiais” fazem por fingir ser o mais normais possível. “Usamos roupa normal, mas estamos sempre prontos a correr. Usamos calças de ganga e sapatos de ténis, para podermos fugir rapidamente”.

Armam-se depois de máquinas fotográficas digitais, cedidas por colaboradores internacionais, para poder documentar artigos pilhados e vendidos no mercado negro. Para o fazer fingem ser compradores interessados em adquirir as peças e tiram furtivamente as fotografias. As peças poderão nunca mais ser vistas, mas ao menos sabe-se o que lhes aconteceu.

A missão desenvolvida por estes amantes da cultura é semelhante ao que foi levado a cabo por grupos de militares aliados na Europa no final da Segunda Guerra Mundial, conhecidos como os “Homens dos Monumentos”. Uma alcunha que é agora reaproveitada e usada por pessoas como Brian Daniels, do Museu Penn, em Filadélfia, que colabora com o grupo e que não tem dúvidas de que a destruição do patrimônio mundial se trata do “pior desastre cultural desde a Segunda Guerra Mundial”.

Apesar de todos os desastres e os incontáveis monumentos, artefatos e peças perdidos ou destruídos, há algumas vitórias animadoras. O alvo da mais recente operação foi o museu de Ma’arra, que tem uma vasta coleção de mosaicos antigos.

O grupo dirigiu-se ao local em segredo e usou sacos de areia para fortalecer as paredes, fotografando o interior e registrando o que já tinha sido danificado pelos bombardeamentos.

Depois, os dois resistentes taparam as paredes todas com lençóis de Tyvek, uma material protetor próprio, e cola. O mais difícil foi justificar a entrada do material, mas a imaginação resultou: “Muita gente está a morrer na Síria, por isso dissemos que eram mortalhas para embrulhar os mortos”, explica Yehiya.

Fonte: http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=1&did=180828
 
 

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Corte da ONU refuta pedido de compensação na Itália por nazismo


A principal Corte da ONU afirmou nesta sexta-feira que os tribunais da Itália estavam errados ao permitir que vítimas do nazismo pedissem compensação à Alemanha, já que uma lei internacional dá ao país imunidade legal contra esses processos.

A sentença da Corte Internacional de Justiça, com sede em Haia, na Holanda, deve encerrar os pedidos de indenização por um massacre nazista durante a 2a Guerra Mundial e também vai impedir outros países, como a Grécia, de recorrer a cortes italianas para ações similares.

A suprema corte da Itália decidiu em 2008 que a Alemanha deveria pagar cerca de 1 milhão de euros em compensações às famílias de nove vítimas do massacre cometido pelo Exército alemão em Civitella, na Toscana, em 1944. Um total de 203 pessoas morreram.

"A República Italiana violou sua obrigação de respeitar a imunidade desfrutada pela República Federal da Alemanha sob a lei internacional ao permitir a apresentação de ações civis contra o país com base em violações da lei humanitária internacional cometidas pelo Reich alemão entre 1942 e 1945", disse a Corte da ONU em um comunicado.

A Corte Internacional foi criada em 1945 como uma instância mundial para resolver disputas entre países.

De acordo com a corte da ONU, a Itália agora terá de assegurar que deixem de ter efeito as decisões de seus tribunais que infringiram a imunidade da Alemanha pela lei internacional.

"De certo modo, nós esperávamos isso", disse a repórteres o representante da Itália na reunião da Corte da ONU, Paolo Pucci di Benisichi, após a decisão.

A Alemanha pagou bilhões de euros em reparações e compensações desde o fim da Segunda Guerra Mundial.

O país entrou com um recurso na Corte da ONU contra a Itália em dezembro de 2008, alegando que um tribunal italiano agiu erroneamente ao ordenar que a Alemanha pagasse por danos decorrentes do massacre e que, ao manter a sentença, centenas de outros casos poderiam ser apresentados por particulares.


sexta-feira, 23 de setembro de 2011

O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, mostra ao plenário da Assembleia Geral da ONU o documento do pedido de adesão do Estado palestino à organização multilateral

Abbas pede formalmente à ONU o reconhecimento do Estado palestino
Pedido foi feito em reunião com o secretário-geral da ONU.
EUA e Israel são contrários ao reconhecimento e querem mais negociação.
 
O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, pediu formalmente nesta sexta-feira (23) a adesão de um Estado palestino à ONU, informaram as Nações Unidas.
O pedido foi feito durante reunião com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, no contexto da 66ª Assembleia Geral da entidade.
Abbas entregou a Ban uma carta explicando os motivos.
Minutos depois, o dirigente palestino falou sobre o pedido durante seu discurso diante do plenário da assembleia. Ele acusou Israel de "destruir" o processo de paz com a insistência em ampliar os assentamentos israelenses em territórios palestinos, mas afirmou estar disposto a relançar o processo de paz.
  O reconhecimento do Estado palestino é o principal tema da reunião de chefes de estado este ano.
Os EUA, aliados de Israel, lideraram uma ofensiva diplomática para tentar dissuadir Abbas.

Americanos e israelenses argumentam que é necessário mais negociação direta entre palestinos e israelenses, em várias questões, como fronteiras e segurança. As negociações estão praticamente paralisadas.
Mas os argumentos não dissuadiram Abbas de levar a petição adiante.
Ainda não há previsão sobre quando o pedido será avaliado e votado pelo Conselho de Segurança da entidade.
Os Estados Unidos, membros permanentes do Conselho, já afirmaram em diversas ocasições que pretendem vetar o pedido.
Há temores de que isso possa gerar uma nova onda de violência no Oriente Médio.
Nesta sexta-feira, confronto no norte da Cisjordânia terminou com um palestino morto e três feridos.
O pedido deve ser analisado com rapidez, afirmou a ONU.
 

PAlestinos reunidos em Ramallah, na Cisjordânia, esperam pelo discurso de Mahmoud Abbas na ONU nesta sexta-feira (23) (Foto: AP)PAlestinos reunidos em Ramallah, na Cisjordânia, esperam pelo discurso de Mahmoud Abbas na ONU nesta sexta-feira (23) (Foto: AP)
 
 
Israel lamenta
O governo de Israel anunciou, logo em seguida ao encontro entre Abbas e Ban, que "lamenta" a iniciativa de Abbas.
"Lamentamos esse passo", disse à France Presse Gidi Shmerling, porta-voz do premiê Benjamin Netanyahu. "Cremos que o único caminho até uma verdadeira paz é através das negociações e não de medidas unilaterais."
 
Fonte: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2011/09/abbas-pede-onu-o-reconhecimento-do-estado-palestino.html

domingo, 21 de agosto de 2011

Kadhafi diz que ficará em Trípoli 'até o fim'


Kadhafi diz que ficará em Trípoli 'até o fim'
Otan teria atacado 'quartel residência' do líder da Líbia.
Ministro líbio confirmou invasão de grupos de rebeldes a Trípoli.
Forças rebeldes na flores de Gadayem, já próximas a Trípoli (Foto: AFP)
O líder da Líbia, Muammar Kadhafi, afirmou neste domingo (21), em meio à aproximação das forças rebeldes, que ficará em Trípoli "até o fim".

Em um pronunciamento de áudio transmitido pela TV estatal, Kadhafi pediu que seus apoiadores em todo o país ajudem a liberar a capital da ofensiva rebelde, e afirmou que sairá vitorioso da batalha.

Os grupos rebeldes se aproximam de Trípoli neste final de semana, e já teriam tomado o controle de um quartel às portas da capital do país. Um grupo de 200 rebeldes teriam chegado à cidade neste domingo em barcos, vindos da cidade de Misrata.

Tampém neste domingo, as forças da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) teriam bombardeado o complexo de Bab al-Aziziya, no centro de Trípoli, capital da Líbia, de acordo com a rede de televisão Al Jazeera. O complexo fortificado é o "quartel residência" do líder Muammar Kadhafi. A mesma rede de TV afirmou que as forças rebeldes que tentam avançar sobre Trípoli teriam matado 31 membros das forças de Kadhafi. Outros 42 teriam sido detidos.

Mais cedo, o ministro da Informação do governo líbio, Moussa Ibrahim, confirmou que "pequenos" grupos de rebeldes invadiram a capital do país, mas afirmou que foram detidos por tropas pró-Khadafi.

Segundo Ibrahim, Muammar Kadhafi continua governante do país e a capital Trípoli está protegida. Ele afirmou que entre os presos há argelinos, tunisianos e egípcios. Os comentários foram mostrados pela televisão estatal. Ibrahim renovou o apelo aos rebeldes para que se rendam, dizendo que seriam perdoados mesmo que "matassem nossos parentes".

"Eu garanto aos líbios que Kadhafi é o seu líder e que Trípoli está cercada por milhares de pessoas para defendê-la", disse o ministro.

Dias contados
Um porta-voz da Casa Branca afirmou ue o governo dos Estados Unidos acredita que o comando de Muammar Kadhafi na Líbia está chegando ao fim.

"Nós acreditamos que os dias de Kadhafi estão contados, e que o povo líbio merece um futuro justo, democrático e pacífico", afirmou Josh Earnest.

O presidente da França, Nicolas Sarkozy, afirmou que Gadhafi deve renunciar sem demora "ao que lhe resta de poder", para evitar que a população tenha "novos sofrimentos inúteis"

Fonte: G1*
*Com informações da Reuters, France Presse, EFE e Associated Press

domingo, 29 de maio de 2011

Presidente do Iêmen é acusado de provocar guerra civil



Presidente do Iêmen é acusado de provocar guerra civil

Nas últimas 24 horas, 24 morreram em confrontos; EUA entram em alerta e fazem apelo

Combatentes leais ao líder tribal Sadek al Ahmar montam guarda ao redor de sua casa no bairro de Al Hasaba, em Sanaa 
Fortes combates que deixaram pelo menos 24 mortos foram travados nesta quinta-feira (26) por partidários do mais poderoso chefe tribal do Iêmen e tropas fiéis ao presidente Ali Abudllah Saleh, acusado de mergulhar o país em uma guerra civil.

Em declarações à rede árabe Al Jazeera, o xeque Sadek al Ahmar acusou o presidente de querer "mergulhar o país em uma guerra civil".

- Ali Abdullah Saleh deve sair. Peço aos nossos irmãos árabes, principalmente aos países do Golfo, assim como aos Estados Unidos, ao Reino Unido e à União Europeia, que exerçam pressão sobre Saleh para que pare suas guerras.

Saleh ordenou a prisão do chefe tribal Al Ahmar e de seus irmãos, que se juntaram em março ao movimento de protesto que desde janeiro exige a saída do presidente, no posto há 33 anos.

Diante da espiral de violência, a secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, exortou "todas as partes" a cessarem "imediatamente" os combates e exigiu novamente a saída de Saleh.

Washington já ordenou que as famílias de seu pessoal diplomático e funcionários não-indispensáveis deixem o Iêmen.


Desde que Saleh recusou renúncia, 68 morreram Sanaa

Os combates na capital Sanaa deixaram 68 mortos desde que eclodiram na última segunda-feira (23), um dia depois de Saleh ter se recusado a assinar um acordo para uma transição pacífica do poder elaborado pelas monarquias árabes do Golfo.

Pelo menos 24 pessoas morreram na noite de quarta (25) para quinta-feira em combates em Sanaa e em sua periferia norte, próximo ao aeroporto, que foi temporariamente fechado, de acordo com fontes oficiais e tribais.

Mas esse registro pode aumentar, já que os socorristas só conseguiram entrar hoje no bairro de Al Hasaba, palco de violentos combates entre forças do governo e partidários de Al Ahmar, o mais poderoso chefe tribal e líder da federação tribal dos Hached.

Manifestantes acampados fogem

Os confrontos causaram a fuga de muitos manifestantes acampados na Praça da Mudança para exigir a saída de Saleh, afirmou Ahmad Abdullah, morador do bairro de Al-Hasaba.

- Os combates foram muito violentos, e não dormi durante toda a noite. Os morteiros explodiam sem parar.

Em outro episódio de violência, pelo menos 28 pessoas morreram em uma explosão em um depósito de munições em Sanaa, que pertencia à tribo dos Al Ahmar, informou uma fonte oficial.






sábado, 28 de maio de 2011

Egito reabre fronteira com Faixa de Gaza

Fronteira só não permanecerá aberta às sextas-feiras.
Passagem estava fechada desde 2007.

As autoridades do Egito reabriram neste sábado (28) a passagem fronteiriça com a Faixa de Gaza de maneira permanente, pela primeira vez desde junho de 2007, com o objetivo de consolidar a reconciliação interpalestina, confirmaram autoridades.

A passagem foi aberta às 9h da hora local (4h de Brasília) e assim permanecerá até as 18h todos os dias da semana, exceto às sextas-feiras e em dias festivos.

Uma fonte oficial presente no lado egípcio da fronteira de Rafah assegurou que o ambiente era tranquilo e que não havia muita gente amontoada esperando para entrar na Faixa de Gaza.
Famílias palestinas, poucos antes da abertura da fronteira coma Faixa de Gaza. (Foto: Eyad Baba / AP Photo)
No último dia 25, o Egito decidiu abrir a passagem e aplicar o mesmo mecanismo vigente antes de 2007, que permitia a entrada dos cidadãos palestinos ao Egito através de todas suas passagens fronteiriças e aéreas.

A passagem de Rafah foi fechada em junho de 2007, depois que o grupo islamita palestino Hamas assumiu o controle da Faixa de Gaza após enfrentamentos armados com a facção nacionalista Fatah.

Desde essa data, a passagem só era aberta de forma esporádica para permitir a saída de doentes e a entrada de ajuda humanitária.

Após a revolução egípcia, que eclodiu em 25 de janeiro e desembocou na renúncia de Hosni Mubarak, o novo governo egípcio se comprometeu a revisar a situação da passagem de Rafah a fim de aliviar o bloqueio israelense contra a faixa palestina.

A decisão adotada na última quarta-feira (25) exime de visto prévio as mulheres palestinas de todas as idades, os homens menores de 18 anos e os maiores de 49 anos. Também não precisarão de visto os palestinos que estudam em universidades egípcias e aqueles que cruzarem Rafah para receber tratamento médico no Egito.

A medida beneficia também as famílias palestinas de Gaza que usam Rafah para viagem de retorno ou saída a um terceiro país, com a condição de mostrarem passaportes da Autoridade Nacional Palestina (ANP) e vistos dos países que visitarão.

Um dia após ser conhecida a decisão egípcia, o Conselho Europeu decidiu estender sua missão de assistência na passagem fronteiriça de Rafah entre Gaza e Egito (Eubam, na sigla em inglês) até 31 de dezembro.

Em 4 de maio, o Fatah e o Hamas puseram fim a quatro anos de divisão, em cerimônia no Cairo na qual anunciaram oficialmente a assinatura do acordo de reconciliação palestina e, duas semanas depois, retomaram as negociações para a formação de um governo de união nacional.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Saúde interrompe interrogatório de acusado de genocídio na Sérvia

General Ratko Mladic, o mais procurado da Europa, foi preso nesta quinta.
Ele é acusado pelo massacre de Srebrenika durante a Guerra da Bósnia.

O interrogatório do general Ratko Mladic, acusado de crimes de guerra na Bósnia, teve de ser interrompido nesta quinta-feira (26) por causa de seu estado de saúde, segundo fontes do Tribunal de Guerra da Sérvia.

Mladic, de 68 anos, foi preso na madrugada desta quinta. Considerado o homem mais procurado da Europa, ele atuou como chefe do Exército da Sérvia durante a Guerra da Bósnia.

Na chegada ao tribunal, na capital Belgrado, Mladic parecia abatido.

"O juiz tentou (interrogar Mladic) e teve que acabar com os questionamentos porque Mladic está com problemas graves de saúde. Ele dificilmente consegue responder", disse o advogado Milos Saljic a repórteres.

Bruno Vekaric, o vice-promotor para crimes de guerra, disse a repórteres que o tribunal iria continuar a interrogar Mladic nesta sexta-feira.
O  general Ratko Mladic chega a tribunal em Belgrado nesta sexta-feira (26), horas após sua prisão sob acusação de crimes de guerra (Foto: Reuters)
Ele foi levado ao Tribunal Especial de Crimes de Guerra de Belgrado como parte do processo de extradição para o Tribunal da ONU em Haia, o que pode levar sete dias úteis, disse Vekaric anteriormente.

Uma autoridade com conhecimento da audiência disse que Mladic aparentava estar desorientado e cansado.

'Uma de suas mãos está quase paralisada, talvez por conta de um derrame anterior. Ele foi examinado por um médico e o seu advogado lhe deu remédio', disse a autoridade sob a condição de anonimato.

Prisão
"Detivemos Ratko Mladic hoje [quinta-feira] de manhã. O processo de extradição está em curso", afirmou o presidente Boris Tadic, aludindo à transferência do ex-comandante para ser julgado pelo tribunal de Haia. Até a prisão desta quinta, Mladic era o principal acusado de crimes de guerra foragido desde o conflito dos Bálcãs, nos anos 1990.
O general Ratko Mladic fotografado próximo a bandeira da ONU em 17 de maio de 1993 (Foto: Jerome Delay / AP)
Segundo o presidente, Mladic foi preso na Sérvia. "Isto remove um fardo pesado da Sérvia e fecha uma página infeliz da nossa história", disse.




Comandante das forças sérvias durante a guerra da Bósnia (1992-1995), Mladic foi indiciado pela corte internacional de crimes de guerra em 1995 sob a acusação de genocídio no massacre de 8 mil muçulmanos em Srebrenica e o cerco de 43 meses a Sarajevo.

Ele foi preso no vilarejo de Lazarevo, perto da pequena cidade de Zrenjanin, no nordeste do país, a cerca de 100 quilômetros da capital Belgrado, informou um oficial de polícia.

Sobreviventes muçulmanos bósnios disseram que a notícia causa um sentimento misto.

"Estou feliz por estar vivo para testemunhar sua prisão, e ao mesmo tempo lamento muito que outras vítimas de Srebrenica não viveram para testemunhar este momento", disse Munira Subasic, que perdeu o filho e o marido quando soldados servo-bósnios sob o comando de Mladic tomaram Srebrenica, designada na época como "área segura pela ONU".

Autoridades informaram que o homem foi detido com documentos no nome de Milorad Komadic e que sua prisão aconteceu graças a uma denúncia anônima.

União Europeia
A demora na prisão do ex-general sob acusações de genocídio era tida como um entrave aos esforços da Sérvia para ingressar na União Europeia.

O primeiro-ministro da Holanda, Mark Rutte, disse nesta quinta, no entanto, que a prisão de Mladic é uma importante condição para a entrada da Sérvia no grupo, mas não significa sua automática adesão.

A Holanda foi um dos principais países membro da União Europeia a exigirem a prisão de Mladic antes da Sérvia ser aceita como parte do grupo.

Tribunal
A chefe das Relações Exteriores da União Europeia (UE), Catherine Ashton, elogiou a prisão do ex-general e disse que ele deveria ser enviado ao tribunal para crimes de guerra sem demora.

"Esse é um passo importante para a Sérvia e para a Justiça internacional", disse Ashton em comunicado nesta quinta-feira.

"Esperamos que Ratko Mladic seja transferido para o Tribunal Penal Internacional para a ex-Iugoslávia (TPII) sem demora. A total cooperação com o TPII segue sendo essencial para o caminho da Sérvia rumo a seu ingresso na UE", afirmou.

Fonte: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2011/05/saude-interrompe-interrogatorio-de-acusado-de-genocidio-na-servia.html ( acesso 26/05/2011)

terça-feira, 24 de maio de 2011

Premiê israelense vai apresentar plano de paz com os palestinos hoje (24/05/2011)

Benjamin Netanyahu garantiu que o país não voltará às fronteiras de 1967.
O primeiro-ministro discursou durante visita a Washington.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou nesta segunda-feira (23) que Israel jamais voltará às fronteiras "indefensáveis" de 1967, durante discurso para um lobby pró-israelense em Washington, nos Estados Unidos. Netanyahu disse que apresentará sua visão para a paz com os palestinos em um discurso no Congresso nesta terça-feira (24).

Benjamin Netanyahu durante discurso na AIPAC (Foto: Jason Reed/Reuters)

"Quero garantir uma coisa, (a paz) deve deixar Israel seguro e este Israel não pode regressar às fronteiras indefensáveis de 1967", destacou Netanyahu ao falar ao Congresso Anual do American Israel Public Affairs Committee (AIPAC).

Netanyahu visita Washington alguns dias após discordar publicamente do presidente americano, Barack Obama, sobre o processo de paz. A AIPAC é o principal grupo de influência pró-israelense nos EUA, com cerca de 100 mil integrantes.

Fonte: (acessado em 24/05/2011)

domingo, 22 de maio de 2011

Obama defende dois estados, um aos judeus e outro aos palestinos

Americano reiterou apoio em fronteiras baseadas nas pré-1967.
Em discurso para grupo judeu, ele confirmou apoio à segurança de Israel.

Obama faz discurso em Washington
Em discurso realizado em Washington neste domingo (22), o presidente dos Estados Unidos Barack Obama defendeu a solução de dois estados, um ao povo judeu e outro aos palestinos, acrescentando que vai investir o que puder na segurança de Israel. O discurso foi realizado no Comitê de Assuntos Públicos EUA-Israel.

Obama voltou a defender a posição de seu discurso sobre o mundo árabe, de um estado palestino baseado nas fronteiras anteriores a 1967, mas disse que as fronteiras resultantes não serão iguais às daquela época, mas apenas baseadas nelas. Ele afirmou que uma solução só será alcançada após negociação e concessões dos dois lados.

"Por definição, isso significa que as partes vão negociar uma fronteira diferente que a que existia em 4 de junho de 1967", disse.

Obama afirmou, ainda, que fornecerá as mais avançadas tecnologias para defender Israel. "Nos mantivemos firmes no apoio à segurança de Israel e precisamos, por causa desse compromisso, trabalhar para avançar com o processo de paz de Israel com os palestinos (...). Essas questões só podem ser avançadas com a conversa direta entre os dois lados", disse.

O presidente dos EUA também reforçou o esforço do país em “evitar que o Irã consiga fazer armas nucleares”. “Os EUA impuseram as mais piores e duras sanções contra o regime iraniano (...) Vamos aumentar essa pressão".

Obama fez questão de lembrar o discurso que fez na quinta-feira (19), quando disse esperar que mais líderes deixem o poder no mundo árabe, depois das quedas dos regimes ditatoriais de Tunísia e Egito.

Na quinta, ele reafirmou o compromisso americano em promover as reformas e a transição para a democracia na região, criticou o uso da violência na repressão aos protestos, e pediu que Israel e palestinos façam concessões para a criação de um Estado Palestino, nas fronteiras anteriores a 1967 e desmilitarizado.

Neste domingo, ele explicou que o que quis dizer na quinta é que "os EUA acreditam que as negociações deveriam resultar em dois estados com fronteiras permanentes".

Críticas
O discurso de Obama da quinta-feira foi criticado pelo governo da Líbia, que chamou a fala de "decepcionante". A Síria chamou o discurso de Obama de 'arrogante'.

O premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, celebrou o discurso de quinta do presidente dos EUA, mas descartou a criação do Estado Palestino com as fronteiras anteriores a 1967, como pediu Obama.

Neste domingo, Obama afirmou, ainda, que "a situação do jeito que está no Oriente Médio não permite adiamento".

"Como amigo de Israel, estou comprometido a fazer minha parte (...) Se a história de Israel nos ensina alguma coisa, é que a paz e possível", disse.

Ele pediu que o Hamas "reconheça o direito de Israel de existir" e "rejeite a violência". Ele disse também que o voto da Organização das Nações Unidas (ONU) nunca criará um Estado palestino.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Obama defende Estado Palestino com fronteiras anteriores a 1967

Obama discursa sobre postura diplomática frente o Oriente Médio
Presidente dos EUA pediu a renúncia de mais ditadores nos países árabes.
Democrata negou que Bin Laden seja 'mártir' e citou Brasil como exemplo.


O presidente dos EUA, Barack Obama, disse nesta quinta-feira (19) que espera que mais líderes deixem o poder no mundo árabe, depois das quedas dos regimes ditatoriais de Tunísia e Egito.

Em um longo discurso na Casa Branca sobre a política norte-americana para os países arabes, Obama reafirmou o compromisso americano em promover as reformas e a transição para a democracia na região, criticou o uso da violência na repressão aos protestos, e pediu que Israel e palestinos façam concessões para a criação de um Estado Palestino, nas fronteiras anteriores a 1967 e desmilitarizado.

"Temos uma oportunidade histórica. Temos uma chance de mostrar que a América valoriza mais a dignidade de um vendedor de rua da Tunísia do que o poder de um ditador", disse.

O democrata afirmou que, nos próximos meses, os EUA vão mobilizar todos os recursos possíveis para encorajar as reformas.

Obama negou que Osama bin Laden, líder da rede terrorista da al-Qaeda morto em 2 de maio pelos americanos no Paquistão, seja um "mártir". O democrata disse que as ideias do saudita são rejeitadas na região.

O democrata também afirmou que o destino dos EUA está ligado ao do Oriente Médio e ao do norte da África, agitados por uma série de rebeliões populares desde o início do ano.

Ele afirmou que é um erro o fato de o poder estar concentrado nas mãos de "muito poucas pessoas na região".

Para Obama, o caminho da repressão, seguido por muitos regimes na região, não funciona mais.

"Os acontecimentos dos últimos seis meses nos mostram que as estratégias de repressão e repúdio não funcionarão mais", disse.

Ele também citou o papel importante que as novas tecnologias da informação desempenham na difusão dos ideais democráticos.

Obama voltou a citar o Brasil - ao lado da Índia e da Indonésia como um dos exemplos de países que estão evoluindo em um ambiente democrático e tecnológico. -como já havia feito em seu discurso no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, em março deste ano.

Obama afirmou que, em alguns casos, a mudança vai levar tempo, e em outros será mais rápida. "Havera bons dias e maus dias", previu.

Israel e palestinos
Obama afirmou que Israel precisa agir "corajosamente" para avançar no processo de paz com os palestinos, mas voltou a defender o direito de defesa do estado israelense.

Ele disse que o futuro Estado Palestino na região deve ser traçado baseado nas fronteiras anteriores a 1967 e que deverá ser desmilitarizado.

"As fronteiras de Israel e Palestina deveriam se basear naquelas de 1967, com trocas mútuas e acertadas de forma que fronteiras seguras e reconhecidas sejam estabelecidas nos dois Estados", disse.

"A retirada completa e em etapas das forças militares israelenses deve ser coordenada com a pretensão da responsabilidade de segurança palestina em um estado soberano e não militarizado", acrescentou.

"A duração deste período de transição precisa ser acertada e a efetividade de arranjos de segurança precisam ser demonstrados."

Segundo o americano, a necessidade de um acordo de paz na região é "mais urgente do que nunca".



Obama também rejeitou o que ele chamou de uma tentativa de "isolar" Israel na ONU em setembro.

"Para os palestinos, os esforços para deslegitimar Israel terminarão em fracasso. Ações simbólicas para isolar Israel nas Nações Unidas em setembro não contribuirão para criar um Estado independente", alertou.

Os palestinos querem proclamar seu Estado soberano na Cisjordânia e na Faixa de Gaza. Para isso, exigem a retirada israelense de todos os territórios ocupados desde junho de 1967, incluindo Jerusalém Oriental.

Israel conquistou naquele ano a parte oriental, árabe, de Jerusalém, e não abre mão dela, já que considera a cidade a capital eterna e indivisível do Estado de Israel.

O principal impasse ocorre porque os palestinos querem que Israel pare de construir assentamentos para seus cidadãos no território que inclui áreas ao redor de Jerusalém Oriental, capturadas por Israel no confronto de 1967.

Fonte: G1 (acesso: 19/05/2011)

domingo, 15 de maio de 2011

Síria condena 'atividades criminosas' de Israel na fronteira


Manifestantes sírios escalam a cerca da fronteira com Israel, nas Colinas de Golã

Exército disparou contra manifestantes a favor da causa palestina em Golã.
Confrontos também aconteceram na Cisjordânia e na Faixa de Gaza.

Soldados israelenses fazem a guarda na fronteira
com a Síria enquanto multidão de manifestantes
 corre em direção à borda 
Dao G1, com agências internacionais

O governo sírio condenou neste domingo (15) as "atividades criminosas" de Israel na região das Colinas de Golã, territórios palestinos e sul do Líbano, onde os israelenses abriram fogo contra manifestantes que protestavam contra a criação do Estado judeu, no dia que é lembrado como Nakba - "catástrofe".

Segundo a agência de notícias Reuters, os disparos nas diferentes regiões deixaram ao todo oito mortos e dezenas de feridos.

A agência estatal Sana citou o ministro do Exterior sírio dizendo que pediu à comunidade internacional para que responsabilizasse Israel pelos incidentes, os mais mortais nas fronteiras em anos.

Segundo uma rede de TV síria, os quatro mortos na região de Golã seriam cidadãos sírios. O incidente ocorreu na vila drusa de Majdal Shams.

Segundo o jornal israelense 'Haaretz', o número de mortos na fronteira com o Líbano é de quatro. 

Israel ocupou o território de Golã na guerra de 1967, e, embora a Síria reivindique o território como parte de qualquer acordo de paz, a região tem tido relativa paz durante décadas.

ONU pede calma

Forças de paz das Nações Unidas no sul do Líbano pediram que as partes envolvidas em um tiroteio no domingo na fronteira Líbano-Israel imponham restrição máxima para evitar novas mortes.

Uma porta-voz das forças de paz da ONU no local estava em contato com o exército do Líbano e com os militares de Israel.

Fonte:

Protestos têm feridos no 'Dia da Catástrofe' para palestinos Protestos marcam o aniversário da criação do Estado de Israel. Manifestações ocorreram em Gaza e na Cisjordânia.

Protestos marcam o aniversário da criação do Estado de Israel.
Manifestações ocorreram em Gaza e na Cisjordânia.

Palestino atira objeto contra as forças de segurança israelenses no posoto de controle de Qalandiya, próximo a Ramallah, na Cisjordânia (Foto: Darren Whiteside/Reuters)

As forças israelenses dispararam contra moradores da Faixa de Gaza que se aproximaram da fortificada fronteira com Israel neste domingo (15), ferindo ao menos 45 pessoas, no dia em que os palestinos relembram a criação do Estado de Israel como o 'Dia da Catástrofe', ou 'Nakba'.

Segundo fontes hospitalares, um dos feridos está em estado grave. A marcha próximo à fronteira de Gaza faz parte dos protestos do Nakba, que também ocorreram na Cisjordânia, onde milhares tomaram as ruas com bandeiras e chaves antigas que simbolizam o desejo de retomar a propriedade que dizem ter perdido quando Israel foi criado, em 15 de maio de 1948.



Num campo de refugiados da Cisjordânia e no subúrbio de Jerusalém, soldados jogaram bombas de gás lacrimogêneo em uma multidão que revidava com pedras. Segundo a agência de notícias Associated Press, websites conclamaram palestinos e apoiadores da causa em países fronteiriços com Israel a marchar para a fronteira em protesto pela data.

Na fronteira com a Síria, um tiroteio deixou feridos - segundo o jornal Haartz, também quatro mortos - quando manifestantes se aproximaram da borda.

Fonte: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2011/05/protestos-tem-feridos-no-dia-da-catastrofe-para-palestinos.html

Israel abre fogo contra manifestantes na fronteira com a Síria

Israel abre fogo contra manifestantes na fronteira com a Síria

Informações iniciais indicam que refugiados se aproximaram da fronteira.
Incidente ocorre no dia da 'catástrofe' para palestinos, pela criação de Israel.

Bandeiras palestinas durante evento em Ramallah para relembrar a 'catástrofe' da fundação de Israel, em 1948. 


Soldados israelenses disparam contra manifestantes em Qalandiya


Palestinos carregam garoto ferido durante confronto com tropas de Israel
Dao G1, com agências internacionais

Forças israelenses abriram fogo contra uma multidão de manifestantes na região das Colinas de Golã, território ocupado por Israel na fronteira com a Síria, neste domingo (15), deixando um número ainda incerto de feridos e quatro mortos, segundo agências internacionais. O incidente ocorre no 'dia da catástrofe' - ou 'Nakba', data lembrada pelos palestinos pelo aniversário da criação do Estado de Israel.

Segundo uma rede de TV síria, os mortos seriam cidadãos sírios. De acordo com o jornal israelenses 'Haaretz', oito pessoas morreram. Segundo a agência Associated Press, entre 10 e 20 pessoas ficaram feridas. O incidente ocorreu na vila drusa de Majdal Shams.

Israel ocupou o território de Golã na guerra de 1967, e, embora a Síria reivindique o território como parte de qualquer acordo de paz, a região tem tido relativa paz durante décadas.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Israel admite ter cassado direito de residência de 140 mil palestinos

 11/05/2011


Documento revela que palestinos que deixavam a Cisjordânia por mais de 3 anos entre 1967 e 1994 perdiam residência e só podiam retornar com visto de turista.



Exílio forçado de palestinos abre mais espaço para colônias judaicas ilegais na Cisjordânia

Da BBC

O governo israelense admitiu ter cassado o direito de residência de 140 mil palestinos da Cisjordânia desde a ocupação do território, em 1967, até 1994.

Israel confirmou dados divulgados nesta quarta-feira (11) pelo jornal !Haaretz! e pela ONG israelense de direitos humanos Centro de Defesa do Indivíduo, que tinha entrado com um processo contra o governo exigindo que a prática da cassação do direito fosse esclarecida.

Em um documento enviado aos tribunais, o Ministério da Justiça de Israel confirmou a prática. Em resposta à admissão, o Centro de Defesa do Indivíduo exigiu que o governo israelense restaure os direitos de residência a todos os palestinos prejudicados por essa prática e que permita a retorno deles e de suas famílias à Cisjordânia.

De acordo com a ONG, "a anulação em massa de direitos de residência de dezenas de milhares de habitantes da Cisjordânia os condena a um exílio permanente de sua pátria e constitui uma política demográfica ilegítima e uma grave violação da lei internacional".

O fato de que dezenas de milhares de palestinos da Cisjordânia tiveram seus direitos de residência cassados pelas autoridades israelenses era conhecido, porém não se sabia o número exato das pessoas prejudicadas, nem detalhes sobre como o mecanismo era posto em prática.

Três anos
A cassação atingiu principalmente palestinos da Cisjordânia que viajaram para o exterior e se ausentaram da região por mais de três anos.

Residentes da Cisjordânia que não retornavam dentro desse prazo tinham seus nomes automaticamente registrados na categoria de "deixou de ser residente", sem que qualquer aviso sobre o novo status fosse enviado às pessoas afetadas.

Quando tentavam voltar, descobriam que tinham perdido o direito de residência e só podiam entrar no território palestino caso conseguissem um visto de turista outorgado pela autoridades israelenses que controlam as fronteiras da região. Esse visto tinha que ser renovado a cada três meses.

Nessas circunstâncias, muitos palestinos nascidos na Cisjordânia, cujos vistos de turista expiraram, passaram a viver clandestinamente na região, sob risco constante de deportação.

Muitos deles têm medo de sair da região, pois não têm certeza de que poderão voltar. Entre eles se encontram palestinos que são cidadãos brasileiros.

Segundo o diplomata brasileiro Ricardo José Justosa Leal, ministro-conselheiro do Escritório de Representação do Brasil junto à Autoridade Palestina, "o Escritório tem notícia informal de casos de brasileiros palestinos que receiam se ausentar da Cisjordânia".

"O receio decorre da possibilidade de lhes ser negada a reentrada, depois de tomar conhecimento de casos semelhantes", disse o diplomata à BBC Brasil.

Um dos prejudicados pelas práticas das autoridades israelenses é o irmão de Saeb Erekat, principal negociador palestino.

Erekat disse ao jornal "Haaretz" que seu irmão, nascido na cidade de Jericó, na Cisjordânia, teve sua residência cassada pois foi estudar em uma universidade americana e desde então não obteve autorização para voltar.

Jerusalém Oriental
Israel implementou esse tipo de procedimento de 1967 até a criação da Autoridade Palestina (AP) em 1994. Ele continua sendo aplicado até hoje a palestinos de Jerusalém Oriental - área que foi anexada por Israel. Palestinos de Jerusalém Oriental perdem seu direito de residência se se ausentarem da cidade por mais de sete anos.

Munther Fahmi, palestino nascido em Jerusalém Oriental, morou 20 anos nos Estados Unidos e teve seu direito de residência anulado pelas autoridades israelenses.

Fahmi, figura conhecida em Israel e nos territórios palestinos por dirigir uma famosa livraria em Jerusalém Oriental, está lutando contra uma ordem de deportação.

Intelectuais israelenses de peso, como os escritores Amos Oz e David Grossman, enviaram mensagens de protesto ao Ministério do Interior, exigindo que anule a deportação.



domingo, 11 de julho de 2010

Comando Delta - EUA


Em 1977 o Exército Americano autorizou a criação de uma nova força especial: o 1º Destacamento Operacional das Forças Especiais - Delta, cuja principal incumbência seria lidar com organizações terroristas que afetassem os interesses dos Estados Unidos. Seguindo o modelo do SAS britânico, o Delta divide-se em grupos de dezesseis homens, podendo operar como uma unidade ou subdividir-se em grupos de oito ou quatro efetivos cada um. Em 1980 foi feita uma reavaliação de alto nível, gerando um relatório com os seguinte pontos principais: 1) Recomendação: criar uma força tarefa conjunta antiterrorista com pessoal permanente e forças próprias; 2) Missão: planejar e conduzir operações antiterroristas visando defender os interesses dos Estados Unidos e de seus cidadãos fora do país; 3) Conceito: poder fornecer uma gama de opções para o uso de forças militares dos EUA, desde uma pequena força de pessoal especializado altamente treinado até uma força conjunta maior; 4) Relacionamentos: os quadros de pessoal seriam preenchidos com elementos das quatro Armas, selecionados com base em sua capacidade em operações especiais de vários tipos; 5) Forças: as forças permanentes deveriam ser pequenas e limitadas ao pessoal de capacidade inigualável em operações especiais.


A seleção e o treinamento, como não poderia deixar de ser, são rigorosos, com ênfase no potencial e nas qualidades individuais, em favor do trabalho de equipe. Os padrões de tiro ao alvo são muito elevados e os snipers devem conseguir um índice de 100% nos disparos feitos a 500 metros e de 90% a 900 metros. Todos são exaustivamente treinados em disparos a curta distância, para assegurar que em um confronto em ambientes fechados, como prédios ou cabines de aeronaves, somente os terroristas sejam atingidos, garantindo a vida dos reféns. Pouco é divulgado sobre as armas e equipamento do Delta, embora seja óbvio que seus integrantes estejam aptos a utilizar tudo o que a mais avançada tecnologia possa oferecer. Os atiradores sniper usam fuzis Remington 40 XB, com visor telescópico e as equipes usam metralhadoras M-60 e HK-21, terminais de comunicação portáteis de última geração, óculos de visão noturna, fuzis M-16 aperfeiçoados, pistolas automáticas entre outros equipamentos.

Participaram da fracassada Operação Eagle Claw, em 1980, na tentativa de resgatar os reféns americanos mantidos cativos na embaixada dos Estados Unidos no Irã, por seguidores do Aiatolá Khomeini. Sua mais recente missão foi na ofensiva americana contra o Afeganistão, onde foram os primeiros a desembarcar em solo afegão, na caçada aos terroristas da Al Qaeda e de Osama Bin Laden.

Fonte: http://www.militarypower.com.br/tropas.htm

Special Air Service (NZSAS) - Nova Zelândia



O Grupo de Serviço Aéreo Especial da Nova Zelândia (New Zealand Special Air Service - NZSAS) é a mais importante unidade de combate das Forças de Defesa neozelandesas. Baseado na cidade de Auckland é composto por oficiais e soldados altamente profissionais e comprometidos com a busca da excelência. Seu lema: "Who dares wins" ou "Aquele que ousa vence". O NZSAS tem suas raízes no famoso Long Range Desert Group, uma unidade do exército inglês que lutou nos desertos do Norte da África durante a Segunda Guerra Mundial. Em 1955, o exército neozelandês decidiu criar um esquadrão, nos moldes do SAS britânico, especializado na luta contra-insurgência ou guerra não convencional. De um total de 800 voluntários civis apenas 140 foram aceitos para continuar o treinamento na base da RAF em Cingapura, para especialização em paraquedismo e combate em ambiente de selva. Um terço de seu contigente era formado por homens da etnia Maori, que provaram ser não somente corajosos e excelentes rastreadores, mas também ajudaram muito no contato com aborígenes de outros países. Seu batismo de fogo ocorreu no mesmo ano, quando 133 de seus homens foram enviados para combater guerrilheiros comunistas nas selvas da Malásia, numa campanha que durou quase dois anos. 

Atualmente, para ser incorporado ao NZSAS, voluntários das três Armas devem passar com sucesso por um curso de seleção de dez dias na localidade de Waiouru, onde são testados no limite de suas forças física e mental. No primeiro dia são submetidos aos exames de aptidão normais do exército adaptados aos requerimentos do NZSAS. Os três dias seguintes são dedicados à navegação e orientação em campo aberto, onde cada voluntário carrega uma mochila de 35 kg e seu rifle, com um mínimo de comida e com poucos momentos para descanso. No quinto dia é a vez do famoso "Exercício Von Tempsky" que consiste em uma marcha de 24 horas em terreno pantanoso ou sobre dunas de areia, carregando o rifle, a mochila de 35 kg e mais um ou dois galões de 20 litros. Os oficiais passam por um teste adicional, com duração de dois dias, onde são avaliadas as suas qualidades de liderança. Mesmo os candidatos aprovados na seleção inicial ainda passarão por severos exames médicos, psicológicos e acadêmicos antes de iniciarem o treinamento de nove meses do NZSAS, onde todos receberão noções básicas de navegação, manuseio de armas, primeiros-socorros, demolição com explosivos e artes marciais, entre outros. O treinamento avançado compreende especialização em paraquedismo, mergulho, montanhismo, infiltração e exfiltração atrás das linhas inimigas. Ao final receberão a tão almejada boina cor de areia e o cinturão azul da unidade. Apenas 10 a 15% dos voluntários conseguem concluir com sucesso o período de treinamento.

Em 2000 foi criado o esquadrão Commando (antigo Counter Terrorist Assault Group - CTTAG), oficialmente como parte do NZSAS, dedicado à luta anti-terrorista. Seus membros recebem treinamentos específicos tais como combate em áreas urbanas, entrada dinâmica e "limpeza" de cômodos, resgate de reféns e técnicas de sniper. O grupo está apto a responder prontamente à ameaças terroristas em qualquer parte do território neozelandês. Os membros do NZSAS utilizam o uniforme padrão das Forças de Defesa do país e dentre seus equipamentos e armas estão o fuzil de assalto Steyr AUG 77, de 5.56 mm, pistolas SIG Sauer P226, de 9 mm, metralhadoras FN Minimi C9, de 5.56 mm, navegadores GPS, óculos de visão noturna modelo M983, binóculos NVG modelo N/CROS Mk.III, lanchas rápidas e equipamentos de mergulho de circuito fechado. 

Desde de sua criação o NZSAS participou de diversas campanhas no exterior: além da Malásia em 1955 já citada acima, atuou em Borneo em 1965 ao lado de membros dos SAS britânicos e australianos, contra insurgentes indonésios; no Vietnã em 1968, onde um destacamento denominado 1º Ranger Squadron serviu sob o comando da Austrália, cumprindo missões que envolviam emboscadas a forças inimigas, e tarefas de reconhecimento e observação em área hostil; no Kuwait em fevereiro de 1998, onde 24 membros da NZSAS tinham a tarefa de resgatar possíveis pilotos abatidos em território inimigo (C-SAR), durante a campanha aérea liderada pelos Estados Unidos contra o Iraque, na chamada "Operação Griffin"; no Afeganistão no período de 2001-2005, na "Operação Enduring Freedom", onde equipes de cinquenta homens se rodiziavam de seis em seis meses. Em 17 de junho de 2004, dois homens do NZSAS foram feridos durante uma incursão ao amanhecer na região central do país. O soldado Willie Apiata carregou o companheiro severamente ferido por 70 metros, sob fogo cerrado de metralhadoras e granadas, após seu veículo ser destruído em uma emboscada, até conseguir se juntar aos demais membros da equipe em local protegido. Em reconhecimento por suas  ações neste engajamento, o soldado Willie Apiata foi condecorado com a medalha Victoria Cross pela Nova Zelândia. Em dezembro de 2004, a comenda United States Navy Presidential Unit Citation foi outorgada a todas as unidades SAS que haviam contribuído em neutralizar as forças do Talibã e da Al Qaeda, em missões extremamente arriscadas, incluindo busca e resgate, reconhecimento especial, destruição de complexos de cavernas e túneis, e captura de membros importantes daquelas organizações, sempre demonstrando extraordinários heroísmo e coragem.

Fonte: http://www.militarypower.com.br/index.htm

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Desde 2006, ONU aprovou 4 rodadas de sanções contra Teerã

Punições não tiveram sucesso no Iraque e na Coreia do Norte, mas ajudaram a derrubar o apartheid na África do Sul

Não é a primeira vez que o Irã sofre sanções na ONU. Na verdade, a resolução aprovada ontem foi a quarta em cinco anos. Todas as anteriores exigiam mais transparência dos iranianos, acusados de desenvolverem um programa de armas nucleares. Como as outras resoluções fracassaram, o Conselho de Segurança aprovou uma quarta. Analistas, porém, afirmam que o novo texto não interromperá o programa iraniano.

Primeiro, porque as sanções não são duras o suficiente. Como russos e chineses possuem fortes relações comerciais com Teerã, os EUA tiveram de barganhar para aprovar as novas medidas. Em segundo lugar, os países que sofrem sanções costumam encontrar saídas para burlar as restrições. Algumas saídas utilizadas pelo Irã são o uso de empresas em outros países do Golfo Pérsico, a adulteração de bandeiras de navios e a escala em entrepostos, como Dubai, antes de chegar ao Irã.

Não é apenas o Irã que consegue sobrevida após a aprovação de resoluções da ONU. O ditador iraquiano Saddam Hussein sobreviveu a mais de uma década de punições. Os iraquianos conseguiram burlar até a proibição de venda de petróleo, que podia apenas ser trocado por comida. A população empobreceu, mas o regime permaneceu intacto. O ditador caiu apenas depois da invasão americana, em 2003.

A Coreia do Norte, mesmo durante a vigência das sanções, conseguiu realizar um teste nuclear. O regime, um dos mais isolados do mundo, mantém firme o poder, apesar das restrições impostas. E os norte-coreanos, diferentemente dos iranianos, não possuem petróleo.

Além disso, tanto Irã como Coreia do Norte sofrem sanções unilaterais dos EUA, que são bem mais duras do que as quatro resoluções da ONU contra Teerã. O embargo a Cuba, por exemplo, dura quase cinco décadas e não conseguiu derrubar o regime dos irmãos Castro.

Apesar do fracasso na Coreia do Norte e no Irã, a política de sanções funcionou em pelo menos um caso: na luta contra o apartheid na África do Sul. Depois de anos de pressões internacionais, o regime de segregação racial sul-africano terminou e o país se redemocratizou.

Fonte:
Datado a 10 de junho de 2010 -
 http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100610/not_imp564251,0.php

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Irã pode escoltar navios para Gaza, diz porta-voz do aiatolá Ali Khamenei

Guarda Revolucionária, considerada força de elite, protegeria embarcações.
Grupo fiel à República Islâmica tem estrutura de comando independente.
 
As forças navais da Guarda Revolucionária, o grupo militar de elite iraniano, estão prontas para escoltar navios de ajuda humanitária para a Faixa de Gaza, rompendo o bloqueio militar imposto por Israel. A declaração feita neste domingo (6) é de Ali Shirazi, representante do aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã.

Tropas da Guarda Revolucionária realizam três dias de exercícios navais no Golfo Pérsico

“As forças navais da Guarda Revolucionária do Irã estão plenamente preparadas para escoltar os comboios de paz e liberdade com toda sua potência e capacidade”, afirmou Shirazi, segundo a agência de notícias iraniana Mehr.

A Guarda mantém sua própria marinha, força aérea e estrutura de comando, separadas das forças armadas regulares, e é vista como ferozmente leal à República Islâmica.

Qualquer intervenção de militares iranianos será obviamente considerada por Israel uma provocação inaceitável. O governo israelense acusa o Irã de fornecer armas ao Hamas, o movimento islâmico que controla Gaza.
 
Fonte:
Matéria de 06/06/2010
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2010/06/ira-pode-escoltar-navios-para-gaza-diz-porta-voz-do-aiatola-ali-khamenei.html

domingo, 6 de junho de 2010

Movimento palestino Hamas evolui como organização política, na avaliação de especialistas




Desde 2006, quando o movimento nacionalista islâmico Hamas decidiu participar das eleições legislativas palestinas e conquistou 76 das 132 cadeiras do Parlamento, a representação política dos palestinos está dividida. De um lado, o secular Fatah, grupo ao qual pertence o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas; do outro, o Hamas, de caráter religioso e radical, que não aceita oficialmente a existência do Estado de Israel.

Apesar de ter conquistado sua representação por meio de eleições justas, Israel, os Estados Unidos e a União Europeia (EU) continuaram considerando a organização como terrorista. É fato que o Hamas prega a luta armada contra Israel, alegando que se trata de uma legítima resistência à ocupação ilegal, e usa de práticas terroristas, mas há também o lado político que, embora não seja considerado por Israel, EUA ou UE, tem dado sinais de transformação.

Em 2007, o Hamas, com grande apoio popular em Gaza, promoveu um golpe militar no território, expulsando militarmente as forças leais ao Fatah e estabelecendo controle sobre a empobrecida região costeira. O golpe ampliou a divisão entre as lideranças palestinas, e Israel e Egito estabeleceram um bloqueio econômico à Faixa de Gaza como punição ao Hamas, mas que atingiu duramente a população de 1,5 milhão de habitantes. Desde a cisão entre as facções políticas palestinas, a opção de Israel e do Ocidente tem sido negociar apenas com a ANP, inclusive canalizando boa parte das doações e dos financiamentos para Abbas.

Repercussão negativa

O bloqueio é uma faca de dois gumes para o governo israelense. Ao mesmo tempo em que mostra força e satisfaz a opinião pública interna - sobretudo o eleitorado que escolheu o governo direitista de Benjamin Netanyahu - a repercussão internacional é cada vez mais negativa. Até agora, a estratégia tem sido tentar fortalecer a liderança do Fatah e de Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), que controla apenas a Cisjordânia e já participou de várias rodadas de negociações com Israel, suspensas após a ofensiva de 2008/2009 a Gaza.

Apesar da insistência de Israel em classificar o Hamas como uma organização terrorista, muitas práticas demonstram que o movimento tem sinalizado uma evolução de suas posturas. Há cerca de dois anos, seus líderes afirmaram que poderiam reconhecer o Estado de Israel, caso as fronteiras de 1967 fossem restabelecidas. O analista Mouin Rabbani, nascido na Holanda que vive em Amã, na Jordânia, vê uma evolução contínua e dinâmica nas posições do Hamas, o que considera normal para qualquer organização política. "A atual posição do Hamas - expressada clara e repetidamente - é que aceitaria qualquer acordo político alcançado por uma liderança palestina legítima e endossada pelo povo palestino por meio de referendo ou aprovação legislativa. Isso inclui a solução de dois Estados, o que o levaria a cessar todos os confrontos militares entre Israel e os palestinos", analisa.


Fonte: http://www.correiobraziliense.com.br -  06/06/2010 
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